domingo, 22 de junho de 2014

Curiosidades sobre o livro "O elo perdido do Metal"

 A ideia de escrever um livro surgiu há muito tempo atrás, em 1989 talvez, após absorver o hábito de leitura imposto pela escola naqueles livros chatos de literatura brasileira e portuguesa que era obrigado a ler para discutir durantes as aulas de literatura e para o vestibular, além das aulas de redação.
 Felizmente, um ou outro livro dessa história toda não era tão ruim assim e alguns deles me fizeram despertar o hábito de leitura, não só de livros, mas de revistas e jornais. Nessa época eu já fazia parte de bandas de rock/metal e comecei a escrever algumas letras de sons próprios, coisa que para a época era normal, pois não havia o tal de “cover da banda tal”, algo que foi difundido massivamente durante 1990-1991 com as bandas que se apresentavam naquele programa da TV Cultura chamado “Matéria-Prima”, do Serginho Groisman. Parecia que até então as pessoas (jovens ou não) se preocupavam em disseminar as próprias ideias e não somente copiá-las.
 A partir das letras que fiz nas bandas que toquei, as idéias se desenvolveram e uma nova visão sobre o mundo se abria, onde depois de muitas aulas de redação, algo da escrita foi se desenvolvendo, lentamente, mas foi. Certamente não era nada de outro mundo, mas teve seu valor para outras coisas que vieram em seguida.
 Naquela época de vestibular e de alto envolvimento com as matérias da escola, fazer redação era algo bastante comum e o resultado veio a partir do momento em que o leitor dessas redações conseguia compreender o meu ponto de vista abordado de maneira clara. Como era um momento de incertezas, não só profissional, mas político e econômico também, pois era o início do primeiro governo de um presidente eleito pelo povo 25 anos depois da ditadura militar, a melhor solução era pensar em passar na porra do vestibular, pois havia com isso a ideia de escrever um livro. Não sabia exatamente de que, mas havia.
 Passei no vestibular para o curso de Geologia de Rio Claro em 1993 e a ideia de descrever um livro ficou adormecida por 12 anos, pois era aquela velha história, mudar de cidade, morar em república, aula o dia todo, festas e baladas de noite, cerveja, baseado e ainda arrumar um tempo para estudar.
 Durante este tempo que passou, acompanhava muito pouco do que estava acontecendo no cenário da música pesada brasileira, mas lia alguma coisa e sentia que muita coisa havia mudado, a maioria para melhor, pois mais e mais pessoas curtiam rock/metal e não havia tanto preconceito mais, pois parecia que o METAL havia ficado um pouco mais popular no Brasil, pelo menos no estado de São Paulo.
 Após me formar, trabalhei um pouco e fiz um mestrado, onde escrevi minha dissertação que tratava sobre a geologia de uma porção da Serra da Canastra em Minas Gerais, ou seja, falar sobre a evolução de terrenos que sofreram metamorfismo (rochas que sofreram alteração de pressão e temperatura) entre 450 a 600 milhões de anos atrás. Coisa de louco ou não, mas foi, passei por avaliação de uma banca de três professores que leram e criticaram o trabalho de pouco mais de 100 páginas, mas consegui ser aprovado e obtive o título de mestre.
 Ao trabalhar novamente, atuei como geólogo de campo (sobe e desce de serra, sol ou chuva na cabeça, carrapatos, animais peçonhentos, mata alta, pega amostra, mas que puta bosta, etc...) em pesquisa mineral de metais base nos estados de Minas Gerais, Tocantins, Pará e Goiás, sendo gerente dos projetos de pesquisa por muitos anos. Nesse contato com as pessoas locais e colegas de trabalho, percebi que existia um grande abismo entre o padrão cultural de SP e estes lugares, além da falta de acesso a outras formas e expressões culturais e/ou musicais (o rock/metal que o diga), mas sem stress e nenhum preconceito.
 Em uma conversa de bar com um amigo de Rio Claro chamado Angelis no ano de 2005, surgiu a ideia de uma parceria de escrever um documentário sobre o verdadeiro rock nacional dos anos 70, mas devido ao compromisso profissional de cada um, isso não foi para frente, pois envolveria um trabalho de entrevistas com músicos da época, embora eu tivesse a ideia de algo mais para os anos 80, que seria bem longe do que se conhece hoje como rock dos anos 80, ou seja, aqueles grupelhos de idiotas robotizados dos programas de sábado a tarde das grandes emissoras de TV nacionais. O papo aqui é o som pesado PORRA!!!
 Em junho de 2007, um outro amigo de Rio Claro chamado André Vidhal, convidou a banda Cold Beer, em que faço parte até hoje, para tocar no lançamento de seu livro “Papéis, ilusões e garrafas vazias”. Quando soube disso, fiquei bastante curioso e senti estimulado a fazer o mesmo também, então permaneci com a ideia na cabeça, mantendo a ideia anterior de 2005 com este novo impulso, porém sozinho.
 Uns meses depois, trabalhando pelo interior do Tocantins, notei algo muito curioso. Estava dirigindo a Hilux com um auxiliar de campo local que acompanhava os trabalhos. Não sei o que houve, mas o som do veículo estava tocando um rock, não lembro o que era, AC/DC talvez, mas percebi que ele estava curtindo, pois começou a bater os pés no assoalho do carro ou as mãos sobre os joelhos. Algumas vezes depois isso também aconteceu e nunca comentei nada a respeito.
 Fiquei com isso na cabeça por umas semanas. Depois de um churrasco no escritório na empresa lá no Tocantins em que tomei várias, tive uma visão. Esse episódio do auxiliar, mais aquela condição de estar num local que ninguém ouvia rock, mais a história de escrever um livro sobre rock/metal falando sobre o que era o verdadeiro rock/metal nacional e que nunca fora abordado, fez amadurecer rapidamente a história que apresentarei na forma do livro “O Elo perdido do Metal”.
 É uma história simples, algo da alma, que aborda uma maneira esquisita e curiosa de como a música pesada chega até uma pessoa totalmente fora de um contexto padrão no final dos anos 70 e evolui nos anos 80. Nisso, partes do cenário do metal dos anos 80 em SP é abordado, apresentando fatos curiosos e analisados sobre o ponto de vista de um “alienígena”.
 Após amadurecer a ideia do livro, pensei que seria muito difícil realizar tal trabalho, mas pensei: se escrevi uma dissertação de mestrado que falava sobre 450-600 milhões de anos atrás, um tempo muito maior que os 10 mil anos atrás do Raul Seixas, sobre uma situação na Terra que nenhum homem estava lá para ver e contar, por que não escrever uma história que passou há “pouco” tempo atrás, baseada em certos fatos reais vividos por muitas pessoas ?  Então de todas essas viagens reais, irreais e surreais, o livro “O Elo perdido do Metal” nasceu.
 A ideia real deste trabalho era de escrever algo que eu realmente gostaria de ler e não há por aí, pelo menos no meu conhecimento. Então, paciência, faça você mesmo para você mesmo, sem se preocupar se é uma história que vai “vender” ou não, pois nunca foi essa a intenção. Por outro lado, poderei compartilhar esta viagem com outras pessoas que gostem de ler algo que veio da alma.

Outras curiosidades sobre o livro.
Dias de escrita: 65
Início: 28/01/08
Fim: 30/07/09
Páginas: 249
Formato: 14x21cm

Primeira revisão do autor: Abril de 2010 a Abril de 2013
Segunda revisão do autor: Abril de 2013 a Maio de 2014
Primeira revisão por profissional (copydesk): Maio de 2014

Sistemática.
1. Desenvolvimento e amadurecimento da ideia principal, já definindo alguns personagens;
2. Timeline: envolvendo a época de abordagem e dados históricos, políticos, sociais e culturais, nisso entra dados das bandas e álbuns e subdivisões do metal;
3. Pesquisa bibliográfica e memória: livros, revistas, internet, LPs etc;
4. Leitura, análise e compreensão + experiência do autor;
5. Montagem do esqueleto dos capítulos e temas de abordagem;
6. Visão de progressão e evolução;
7. Escrita livre, sem preocupação com gramática, clareza, ortografia, etc, se norteando pelo esqueleto dos capítulos;
8. Revisão pelo autor, corrigindo erros, clareza, dados temporais, etc, usando de pesquisa adicional algumas vezes;
9. Previsão de custos (revisão por profissional, ilustrações, diagramação, ISBN e impressão);
10. Revisão por profissional (copydesk);
11. Ilustrações, Número ISBN, Diagramação;
12. Impressão;
13. Lançamento de forma independente (bares, lojas, internet);
14. Cocktail de lançamento 26/09/2015 (com muita cerveja) + sign session+ muito METAL. QUEM VAI???

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